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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O tempo é agora.


Não. Não desapareci. Estou aqui em busca de um tempo que desaparece. Um instante. Um momento.

Se voltei agora, foi apenas para não se esquecerem de mim. Não se esqueçam de que as palavras estão por aqui, voo de andorinha numa primavera preguiçosa. Preciso que me ajudem a fazer o ninho.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um momento


Deixem-me partilhar um momento. Hei-de guardá-lo no aperto que me ficou na garganta, na ternura do olhar, no futuro que espreitava de um lugar imprevisível - uma estação de serviço, algures a caminho de Sines.

Deixem-me partilhar o sorriso, andorinha de beiral, à procura da vida.

Deixem-me experimentar as palavras . Mas, por favor, não me deixem a falar sozinha. ajudem-me a dizer que sim, que se faz um ninho de um qualquer lugar.

Deixem-me ler-vos tambem. O sopro das vossas palavras empurrará as minhas para fora do ninho

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sobre o livro Leituras Soltas

Entro, primeiro, na taberna, apenas para fazer uma festa ao gato que, vindo do nada, se instalou na prateleira e dela fez um altar. Não bebo a esta hora. Quero embalar-me com a ternura da lenda que fez nascer a ilha, esta: uma lágrima, uma pérola e o fogo que a ilumina na noite de S. Silvestre, que esventra a terra e explode entre mar e céu, também dentro dos olhos de Carlo Fortuna.
Quando puder, hei-de parar para um café, numa esplanada da Ribeira Brava e rever Pedro, o engraxador, sombra de saudade de um tempo que já morreu.
E hei-de perguntar ao Pescador se precisa de ajuda, mesmo sabendo que ele me vai dizer que não, deslembrado de alegrias e afogando os olhos no mar.
Mas é Novembro em Lisboa. Eu estou dentro da solidão da cidade e procuro em vão a minha alma. Quero parar nas coisas paradas, ao frio e ficar por lá à espera de mim.
Sei então que as palavras de Florbela virão ter comigo. As dela e as de todos os poetas que são a minha vida: “Amo as pedras, os astros e o luar”.
Agora sim. Já posso mostrar as linhas das minhas mãos e deixar que a cigana me leia a sina. Sem medo.
Vou-me embora. Só me falta guardar as palavras na minha bolsa já cheia de tanto tudo. À pressa. Hei-de arrumá-la mais tarde. Tenho de ir tratar do Menino que a Rosairinha roubou, ir com o Agapito até a raiz quadrada da fantasia e abrir as gavetas para fazer ressuscitar as palavras.

domingo, 19 de abril de 2009

Um blogue, para quê?

Talvez porque os tempos mudaram e estamos cada vez mais sozinhos. Talvez porque este seja um lugar onde se pára para ouvir, porque se tem de parar. Talvez para partilhar.
Penso que vou por aí. Quero partilhar textos e impressões, primeiro com os colegas e, depois, talvez, com os alunos. Quero fazer deste lugar um sítio de livros lidos e por ler, de dúvidas e de certezas.