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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Este Natal serei sino

Este Natal, serei sino. Hei-de anunciar que, na Belém da minha terra, entre a luz e a alegria, vai nascer o Salvador. Hei-de falar de um amor-menino que incendiará o mar que banha a minha cidade. Hei-de pendurar a música das minhas palavras nos ramos do meu presépio e calar os gritos com cantos e as solidões com abraços.
Este Natal, serei sino. E, à meia-noite em ponto, quando a Senhora me disser:
- nasceu. É teu,
cada badalar há-de acordar os silêncios negros da noite e acender as estrelas.
Então, a minha voz terá sentido. E eu oferecerei as doze badaladas. Um presente de Natal. O meu:
- aos que me amam e aos que não me conhecem;
- aos que me encontram e aos que fogem de mim;
- aos que me limpam as lágrimas e aos que se derramam no meu choro;
- aos que me dão o seu tempo e aos que nunca sabem de mim;
- aos que me abraçam e aos que me viram a cara;
- aos que me ajudam na luta e aos que me fazem desistir.
Este Natal, serei sino, serei a voz dos que falam e a dos que não têm voz. E a música do meu Glória há-de ser
- Deus nasceu! É teu.
Este Natal, serei sino. O verdadeiro sino de Natal.