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sábado, 18 de junho de 2011

rouxinois


Eles cantam para acordar o dia que acende, todos os dias, a luz à ilha. Por causa deles, as flores arranjam o cabelo e alimentam o lume colorido das fogueiras dos jardins. Por causa deles, os olhos das casas abrem cedo e espreguiçam os braços dos tapassóis para deixar entrar a vida que amanhece.
Ouça-os comigo. Só um bocadinho. Beba comigo cada nota do seu cantar, como se se tratasse de um refresco do céu. Há os rouxinóis das árvores e os outros, os de Deus, os que nos são enviados para encantar as manhãs, os que nos iluminam os instantes com sorrisos, os que nos seguram as mãos nas dores, os que nos aliviam o medo, os que conhecem as palavras que o coração precisa, os que vivem connosco a normalidade da vida e comungam das nossas horas, do nosso pão, dos nossos risos e das nossas lágrimas.
Temos de os escutar. Os rouxinóis têm asas na voz. Quando pousamos na melodia poética do seu canto, abrem-se as portas do mar e partimos com eles à procura da esperança. Vamos à descoberta das palavras-beijo que o seu canto nos inspira. Vamos e, neste ir, arrastamos possibilidades de futuro, de alegria, de regressos diferentes.
Está a ouvir? Os rouxinóis de Deus estão a cantar para si, agora. Esteja atento aos olhares, aos sorrisos, às palavras, aos silêncios. Os rouxinóis de Deus andam aí. Muitas vezes, só sentimos a sua falta quando eles se calam.
Deixe-se embalar pela música. Deixe-se ir. Deus inventou os rouxinóis para iluminar a sua vida.

1 comentário:

  1. Adorei ocanto dos rouxinóis que enchem a pauta da ilha de breves e semibreves de verde, de minímas e seminimas de flores, e as semicolcheia e colcheias de aromas separadas pelos compassos dos ribeiros, nos silêncios, diga-se pausas dos suores que correm das pedras dos poios, onde um sol beijado pela brisa manda sempre para o CD em pianíssimo côro de ondas e calhaus.

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