Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Lisboa...


Lisboa acordou cedo, na pressa de ser azul. Gaiata, desceu a Avenida, balançando as ancas, gritando pregões antigos e baixando a cabeça , não fossem os braços das árvores lhe despentearem os cabelos.
Vai à procura do Tejo que, nestes dias claros de Verão, brinca que é mar e espreguiça-se, iluminando a cidade, sua amante, com quem dormiu a noite toda, embalado num fado que vem não sei de onde e vai por aí, à procura de mundo.
Talvez fosse esta a Lisboa do meu antigamente. Porque, agora, apenas guarda o azul, o céu claro de outros tempos, o grito silencioso dos pregões e mais nada. Estava um bocadinho triste a cidade, esta manhã. Vazia. Fechada. O passado esconde-se atrás das grades que cerram as montras, as portas, os olhos dos empregados (poucos, já) que olham o deserto das ruas.
Lisboa tem saudades de ser feliz, de não ter medo das esquinas, de vender flores aos namorados. Lisboa tem saudades de ser azul. E eu, tenho saudades de Lisboa.

3 comentários:

  1. E esta Lisboa podia ser cantada em fado, música ligeira, sei lá...
    Li as duas primeiras linhas como se tivessem música de fundo; verdade!

    ResponderEliminar
  2. Leonor: Gostei! como não poderia gostar? ;)
    Então também viveste muito tempo em Lisboa?
    (Ah, e outra coisa: ainda estou em greve ao poste do Pelo Mundo à espera duma resposta tua ;)

    ResponderEliminar