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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Francisco (o santo de Assis)


Há dias em que precisamos ouvir a poesia da natureza, o som cristalino das gargalhadas dos miúdos, a dança da chuva das gaivotas. Há dias assim. Talvez seja o Outono a querer enfeitiçar as montanhas, talvez o medo de um amanhã com pouca esperança.
É aí que entra Francisco, o santo das coisas simples, o amigo da pobreza e da alegria, o poeta de Deus e da criação.
Hoje, deixo que as minhas palavras sigam os seus passos. Vai descalço. As minhas frases também. Não valem nada para além do que querem dizer. Isto: nós somos a grande manifestação da bondade divina. Vivemos numa terra que se tornou a nossa casa e partilhamos o ar com todas as criaturas: as árvores, os bichos, o sol, a chuva e todos aqueles que vivem connosco este mistério de viver.
Identifico-me com ele, antes de ser quem foi. Infelizmente. Tenho muito que aprender para ser uma sombra do santo em que se tornou. Deixou recados suspensos na História: ensinou que é preciso ter coragem para rasgar o que não serve e se lançar a um Caminho que parece estranho aos olhos do mundo; mostrou que, apesar das lutas, o amor consegue o impossível; explicou que a humildade, o desapego e a pobreza são instrumentos de santidade; pegou no sorriso de Deus e desenhou com ele a Natureza e tudo o que nela vive.
Francisco de Assis abraçou a cruz. E nela, abraçou também as dores do mundo, rasgou as solidões e os desesperos e olhou para o sofrimento como quem vê nele a Salvação.
Um poeta, Francisco. Um santo. O meu santo das mãos vazias. O meu santo das palavras certas:
“É dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se nasce para a vida eterna.”

1 comentário:

  1. Este foi o mais simples dos santos.
    Neste Santo cabe toda a ternura da natureza.
    Ele foi o primeiro ecologista ao chamar todos os seres de irmão.

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