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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Escolhe a vida e viverás

Não há outra escolha. Não há outro meio para sobreviver à angústia, ao desalento, à noite destes tempos que estão velhos. Não há alternativa para lutar contra a(s) morte(s) de cada dia.
Escolher a vida é descobrir que há sorrisos atrás do véu das lágrimas que, tantas vezes, nos impede de ver o que fica para além do que se vê. É encontrar a fonte de luz que as nuvens coam e que luta, tantas vezes, para abrir brechas nos céus; é perceber a música que o vento compõe nas cordas das árvores.
Não há outra escolha senão a da vida. De contrário, a tristeza toma conta dos nossos silêncios, ensurdecemos com os gritos suicidas do desespero, dos erros que cometemos, porque dói menos, porque é mais fácil, porque sim. Apenas porque está na moda, porque é de velhos e de beatos defender os valores antigos.
Estamos sós, cada vez mais longe dos outros, cada vez mais longe de nós. Perdemo-nos das nossas famílias, perdemo-nos nos caminhos que nós próprios traçámos, fechámo-nos dentro do nosso condomínio interior.
Esvaziámos as palavras. Dizemos,
- amo-te,
sem nada dentro, um verbo sem alma, sem para ti, sem amorizar os gestos, o coração, os olhares.
Lembrar-se da vida é escolhê-la. É fazer dela nossa, mas para os outros. É descobrir-lhe o sentido na verdade de quem queremos ser.
“Escolhe a vida e viverás”. Teremos nós outra escolha?

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